DESEMPREGO APÓS OS 40 ANOS

15-01-2011 18:35

  Eles desataram o nó do desemprego depois dos 40

Profissionais demitidos no auge da experiência sempre encontram dificuldades para retornar ao mercado de trabalho por conta do preconceito com a idade. Para vencê-lo, estudar - se aperfeiçoar - pode ser o melhor caminho

Luciele Velluto, luciele.velluto@grupoestado.com.br

Marco Antonio de Oliveira, 43 anos, foi demitido aos 37 anos. Antonio Ricardo Miranda, 58 anos, foi desligado da empresa em que trabalhava aos 49 anos. Sérgio Kawana, 55 anos, tinha 48 anos quando perdeu o emprego. Os três poderiam fazer parte das estatísticas de desemprego, que atinge em cheio os profissionais mais experientes, principalmente acima dos 40 anos. Mas conseguiram driblar as restrições do mercado e se mantiveram empregáveis, cada um a seu jeito.

Oliveira trabalhava em uma multinacional quando soube que a empresa fecharia a filial no Brasil. “Decidiram pela minha saída, e não consegui mais me recolocar no mercado de trabalho com contrato celetista (conforme a Consolidação das Leis do Trabalho), ainda mais pelo salário que eu buscava”, conta. Sem planos para o caso de demissão, o profissional com formação em administração de empresas e, na época, gerente de controladoria se viu empurrado para fora do mercado.

No entanto, com um MBA em Controladoria no currículo, Oliveira resolveu se tornar consultor na área. “Não gostava do papel do consultor, pois eles sempre apontavam os erros no trabalho ou na empresa. Hoje, eu sou esse profissional. Nunca pensei em atuar nessa área, mas descobri essa oportunidade durante um curso de empreendedorismo”, afirma.

Miranda era administrador de empresas e tinha quatro filhos, um deles cursando a faculdade, quando perdeu o emprego. “Não imaginava ficar desempregado aos 50. Fui discriminado por causa da minha idade, não queria ser um prestador de serviços e resolvi dar continuidade no curso de Direito, que tinha entrado dois anos antes de perder o emprego”, relembra.

Mesmo desempregado, Miranda cursou a faculdade de Direito até o fim, se formou e trocou de profissão. “Sou um advogado criminalista. Descobri uma profissão que quanto mais velho e mais experiente, melhor. E não pretendo me aposentar”, conta.

Kawana é engenheiro naval de formação, uma profissão cujo mercado é bastante restrito. “Quando fui demitido, o mercado estava em baixa e o desemprego era alto. Para encontrar trabalho, teria de ir para outro estado, mas não queria sacrificar minha família. Resolvi estudar”, comenta.

O engenheiro passou metade de um ano estudando para um concurso público e, após um ano de desemprego, iniciava na função de analista tributário da Receita do Estado de São Paulo. “Foi a opção que encontrei na época. Estudei muito, todos os dias enquanto não estava trabalhado. E também acredito que tive sorte. Mas continuo estudando, pois quero prestar novos concursos e continuar a crescer na carreira pública”, diz.

Para o coordenador do curso de pós-graduação de Administração em Recursos Humanos da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Benedito Pontes, o caminho para quem quer continuar empregável ao longo da carreira profissional é estudar e se atualizar. “A experiência sozinha não conta. O conhecimento precisa ir além. MBAs, pós-graduação, idiomas, todos são necessários para quem quer permanecer no mercado de trabalho”, explica.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2009, 301 mil pessoas com idade entre 40 e 49 anos foram demitidas, 5% a mais do que no ano anterior, quando 286 mil trabalhadores nessa faixa etária saíram do mercado. “Muitas vezes, essas dispensas foram geradas por comodismo do profissional. As pessoas acham que já sabem tudo e param de aprimorar o conhecimento”, avalia Pontes.

O diretor do portal de recrutamento online Monster, Rodolfo Ohl, acredita que o profissional precisa se planejar para não se pego de surpresa. “Desde o início da carreira ele precisa avaliar como quer se aposentar. Para isso, ele precisará se manter no mercado e se atualizar dentro da profissão”, recomenda.

Kawana conta que ao longo de seus 24 anos de carreira deu preferência para o trabalho em si, priorizando adquirir experiência, em vez de buscar cursos de pós-graduação ou outra forma de atualização profissional. “Acredito que isso pesou muito quando fiquei desempregado. Agora sei que o conhecimento é muito valorizado pelo mercado”.


Profissional maduro pode vender conhecimento

A experiência ao longo da carreira profissional e a qualificação conquistadas com cursos de pós-graduação e MBAs podem tornar o profissional mais valioso para o mercado. “Quem se transformou em um profissional maduro pode passar a vender conhecimento. E para isso ele não precisa mais ser um funcionário de uma única empresa”, explica Benedito Pontes, coordenador do curso de pós-graduação em Administração de Recursos Humanos.

Pontes indica três caminhos para quem se tornou um profissional de alta competência: executivo com viés empreendedor, consultor ou professor. “Nem sempre o que a pessoa precisa é ser um empregado formal. A escola pode ser um grande caminho para quem tem muita coisa a ensinar, muito conhecimento e experiência para transmitir. E para todos os casos, não há idade como fator de limitação”, afirma.

O sócio-diretor da HG Recursos Humanos, Evando Freitas de Sousa, acredita que para bons profissionais o mercado sempre estará aberto. “O que as pessoas precisam é avaliar suas competências, quais são os seus talentos. Quem sabe se é um bom professor ou vendedor de conhecimento e não parou para ver essa oportunidade”, comenta.

Outra recomendação de Sousa é que o profissional mantenha ao longo de sua carreira uma rede de relacionamentos que podem ajudar tanto a encontrar um novo emprego quanto para oferecer seus serviços de consultoria. “O network não serve só para emprego, mas também para se manter um profissional atualizado. Os contatos podem ajudar muito a se manter no mercado”, recomenda.

No mercado
Apenas experiência profissional não é valorizada pelo mercado de trabalho. Profissionais que estudam e se mantêm em sintonia com as novas práticas da profissão são mais valorizados se mantêm empregáveis mesmo na concorrência com os mais jovens

A atualização profissional é uma das exigências do mercado. Cursos de especialização, como pós-graduação e MBAs, podem ajudar o profissional não só a se manter na carreira, mas também a buscar uma alternativa, como se tornar consultor

A escola pode ser uma área interessante para o profissional maduro e com qualificação. Os cursos técnicos e universidades não discriminam o profissional pela idade

A rede de relacionamentos construída ao longo da carreira pode ser importante para se manter no mercado

 

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