Caracterização das vítimas de queimaduras em seguimento ambulatorial

03-05-2016 16:27

Editorial 164

 

    Estima-se que em torno de 1 milhão de pessoas sejam acometidas por algum tipo de queimadura no Brasil a cada ano, dos quais 200 mil são atendidos em serviços de emergência e 40 mil demandam hospitalização1. Os acidentes por queimaduras estão entre as principais causas externas de morte registradas no país, perdendo apenas para os acidentes automobilísticos e homicídios 2,3.

    As lesões por causas externas constituem, portanto, a terceira causa de morte no Brasil; entretanto, ainda não dispomos de um sistema eficiente de centralização de dados relativo a queimaduras, embora as estatísticas de que dispomos revelem a gravidade dessas lesões 4. Os gastos com hospitalização das vítimas de queimaduras no Brasil são exorbitantes e chega a ser considerado incalculável por alguns autores 5,6.

    As queimaduras decorrem de trauma de origem térmica resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. Agem nos tecidos de revestimento do corpo humano, destruindo parcial ou totalmente a barreira epitelial e seus anexos, podendo se estender para os tecidos mais internos, tais como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos 4.

    As queimaduras térmicas são as mais frequentes, envolvem as queimaduras por chamas, substâncias líquidas ou sólidas superaquecidos. As lesões com substâncias químicas são decorrentes de agentes classificados como ácidos (lesa o tecido por meio da necrose de coagulação), base (lesa o tecido por meio da necrose de liquefação), orgânicos ou inorgânicos 7.

    As queimaduras elétricas são lesões devastadoras, ocorre destruição tecidual e necrose em grande parte internamente, apesar das lesões aparentemente pequenas na superfície. Aquelas causadas por radiação também são graves e dependem da quantidade de energia absorvida pelo tecido afetado e podem ser por radiação eletromagnética, raios-X, raio gama e radiação particulada 5.

    Cerca de 80 mil pessoas sofrem acidentes por queimaduras em ambiente domiciliar, e os líquidos superaquecidos ou combustíveis são os principais agentes causadores. O álcool colabora com cerca de 20% dos casos de queimaduras por líquidos combustíveis, por se tratar de um produto de fácil acesso, de preço baixo e sem restrição de compra 1. A água quente é o principal vilão em se tratando de líquido superaquecido, contribuindo para a maioria dos casos de queimadura em crianças 8.

    As sequelas das queimaduras podem ser funcionais, estéticas ou psicológicas, o que provoca um impacto social relevante no retorno à produtividade8. A ocorrência da revitalização da área atingida, as cicatrizes, as contraturas e a distorção de toda a imagem culminam, com frequência, na morte social da vítima de queimadura 9.

    A infecção é uma das mais frequentes e graves complicações da vítima com queimadura, sendo responsável por 75% a 80% dos óbitos. Os fatores que favorecem as complicações infecciosas são extensão da superfície corporal queimada, imunossupressão, possibilidade de translocação bacteriana gastrintestinal, internação prolongada e uso inadequado de antimicrobianos, além dos procedimentos invasivos que comprometem a defesa natural 10.

    Outra complicação importante são as cicatrizes hipertróficas, que requerem tratamento prolongado e doloroso. Essas cicatrizes e os queloides, depois de estabelecidos, apresentam alto grau de recidiva após as cirurgias 11.

    O tratamento das vítimas com queimaduras requer trabalho interdisciplinar, envolvendo diversos profissionais da área de saúde, como cirurgiões plásticos, anestesiologistas, clínicos, intensivistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistente social, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, auxiliares, entre outros. Tal interação multiprofissional permite cuidado integral ao paciente12.

    As medidas educativas são de fundamental importância no que se refere à prevenção do problema. Tais medidas consistem em orientar desde cedo as crianças a evitar situações de risco para queimaduras no ambiente doméstico, em incluir nos currículos escolares o ensino de prevenção dos acidentes, como a queimadura, além de campanhas preventivas voltadas para toda a população. A implementação dessas ações educativas deve ter como base dados epidemiológicos de cada região, para que se possa direcionar as prioridades de cada localidade 13,14.

    Frente a essa problemática e por não ter sido localizado nenhum estudo sobre a caracterização das vítimas de queimaduras em seguimento ambulatorial no Estado de Sergipe, é que se resolveu determinar quais as características dessa população, a fim de colocar à disposição dados epidemiológicos que possam direcionar políticas públicas, que visem, sobretudo, à prevenção de acidentes.

 

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