IAP embarga obra de revitalização no Bosque Central em Londrina

    Instituto Ambiental do Paraná afirmou que o corte de 20 árvores foi ilegal, pois a Prefeitura não teria comunicado o motivo da retirada

    O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Londrina embargou a obra de revitalização do Bosque Central depois do corte de 20 árvores. A informação foi confirmada pelo chefe do órgão ambiental, Andrew Pinheiro, na manhã desta quarta-feira (16), antes da reunião com integrantes da Prefeitura, para que expliquem como será realizado o projeto de abertura do espaço para o tráfego de veículos.

    Em conversa com a imprensa, Pinheiro também disse que o IAP multará a Prefeitura em até R$ 500 por árvore cortada. O chefe do órgão ambiental também criticou a forma como a administração elaborou o projeto, que ficou restrita aos órgãos internos.

    Entre os erros cometidos pela Prefeitura, Pinheiro apontou a falta de publicação no Jornal Oficial sobre os motivos para o corte das árvores. Segundo o chefe do IAP, a medida é necessária quando ocorrer a erradicação de cinco ou mais árvores.

Ação

    A ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE) entrará, na tarde desta quarta, com uma ação civil pública pedindo a paralisação das intervenções que o município está realizando no bosque.

    Segundo o advogado da ONG, Camilo Viana, o principal erro cometido pelo município no projeto de reabertura do bosque foi a falta do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), necessário para intervenções deste porte. “Existe uma lei municipal e o Estatuto das Cidades que obrigam a realização de estudos para obras que geram impactos ao meio ambiente local e são geradoras de tráfego”, destacou.

    O secretário municipal de Governo, Marco Cito, afirmou que a abertura da via se justifica pelo fato do tráfego de veículos na área central estar “estrangulado”. Segundo ele, tecnicamente a continuidade da Rua Piauí pelo bosque se sobrepõe aos interesses de quem é contrário da medida. Isso deve acontecer na primeira quinzena de dezembro.

    Na terça-feira (15), integrantes do movimento Ocupa Londrina, que realiza protestos diários no bosque, plantaram 17 árvores. As mudas de espécies da Mata Atlântica foram colocadas nos mesmos lugares das árvores cortadas.